sábado, 4 de outubro de 2008
agora e para sempre
Eu tentei.
Bater as asas e deixar-te.
Mesmo com elas partidas.
Voltar ao céu e ser quem sempre fui.
Quem por ti deixei de ser.
Eu tentei.
Não me lembrar da tua mortalidade.
Que com ela traz a incapacidade de voltares a voar.
De voltares para junto de mim.
Eu tentei.
Esquecer o teu rosto e as tuas rugas.
E esse olhar triste e desalentado...perdido....
Que a vida te trouxe.
As razões que me manteram perto de ti.
Eu tentei mas não pude.
Desisti quando me enxotaste.
Como se faz à pombas que pedem milho no chão que pisas.
Eu tentei.
Mas não deixei curar as minhas asas depois de as partires.
Decidi eu ficar perto de ti.
Para quando precisares de mim.
Tentei mas não consegui.
Não consegui deixar-te sem mim.
Agora mortal, sobrevivendo ao largo.
Porque eu tentei.
Tentei amar-te... tentei deixar de te amar....
E não consegui.
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